19 de fev. de 2009

Crítica mal direcionada



Diário Popular 05/02/09, Pág. 18(Opinião):
"Consciência
Pelo e-mail:'O belo exemplo para todos , no sentido de termos melhor educação no trato com o meio ambiente em geral, que dá-nos a prefeitura de Pelotas, colocando espalhados pela cidade enorme quantidade de unidades coletoras de lixo, já está, infelizmente, com os dias contados em sua finalidade maior.'
Consciência 2
Segue:'Os exemplares catadores(humanos) de lixo espalhados pela cidade em seu labor diário, certamente acabarão com os coletores. Agora eles trancam com o pé a alavanca de levante da tampa e num frenético manuseio retiram de dentro o que por outros educados habitantes foi ali colocado.'
Consciência 3
Conclui:'Parte levam(pláticos etc.), outra parte retorna ao coletor. Outra parte fica na calçada. E agora, a mais nova modalidade desses humanos: levantam a tampa do coletor, entram nele e lançam para a calçada ou rua o que eles querem levar. Salve a cidadania. Salve a boa educação. Salve... o que mesmo?'"

A prefeitura não incentivará a população a separar o lixo corretamente apenas botando modernas coletoras nas ruas, pois elas não fazem a menor diferença para quem coloca cascas e restos de comida junto de papéis e garrafas na mesma sacola. É necessário um investimento maior em educação. As pessoas precisam saber que a latinha, o papelão, o papel, podem ser reciclados e movimentar a economia em vez de ficarem decompondo no meio ambiente; precisam saber que a casca de laranja, a erva-mate usada, a borra de café, podem ser transformados em adubo para enriquecer a terra de hortas e plantações grandes. Quando souberem disso separarão o lixo conscientemente.
A separação de lixo é feita para facilitar a vida dos recicladores, então, nesse sentido, o novo coletor é falho, afinal o catador precisa entrar nele porque é muito fundo e não tem como alcançar do lado de fora. E tem gente que ainda reclama que os caras estão pegando o lixo depositado por "habitantes educados".
A vida de quem trabalha com reciclagem é difícil, com jornada de trabalho extendida e sem carteira assinada, e agora mais ainda que os preços dos materiais recicláveis cairam pela metade, tornando seus salários mais injustos, sem falar que seu ofício não é reconhecido por muitos que preferem exaltar a prefeitura e pôr a culpa na população. Esse aspecto não é abordado pelo Diário Popular. O povo muitas vezes erra, jogando lixo em lugar impróprio, mas acho que a prefeitura há muito tempo só inventa novas lixeiras que com o passar do tempo acabam sucateadas e nada muda realmente.

Nenhum comentário: